Em 2021, pior cobertura foi a da Hepatite A, com apenas 63,7% das crianças imunizadas
BCG, Rotavírus, Meningo C, Tríplice Viral D1 e Hepatites A e B estão entre as vacinas que não atingiram os índices – Foto: Dayvissom Melo/NOVO Notícias
A maioria dos índices de aplicação de vacinas está abaixo do ideal desde 2017. No ano passado, a nossa pior cobertura foi em relação à Hepatite A, com apenas 63,7% das crianças imunizadas. Já a BCG, que protege das formas mais graves da tuberculose, está abaixo da meta há quatro anos. Em 2019, a cobertura fechou em 85%. A tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola não atinge a meta desde 2017. No ano passado, a cobertura ficou em 70,9%.
Esse ano, os números continuam abaixo da meta. Para a coordenadora de imunização da Sesap, Laiane Graziela, um dos motivos que provoca a baixa adesão a Imunização das crianças é a baixa percepção de risco das doenças. Além disso, a coordenadora pontua que a pandemia da Covid-19 contribuiu com esse peso negativo.
“Como a a doença não está muito presente, as pessoas acabam procurando menos a vacinação. A gente também encontra um outro ponto que é a questão do acesso ao serviço público. Os horários de atendimento muitas vezes são os horários que as pessoas estão trabalhando e isso dificulta o acesso. A gente também atrela essa baixa adesão ao momento de pandemia que dificultou mais ainda o acesso a esses serviços devido ao momento de isolamento”, avaliou a coordenadora.
No Brasil, os dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde apontam que cerca de metade das crianças brasileiras não recebeu todas as vacinas previstas no Calendário Nacional de Imunização em 2020 durante o pico da pandemia da Covid-19.
O baixo índice de imunização já tem consequências. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que o Brasil não atinge meta da vacinação infantil e que as principais vacinas previstas no calendário infantil tiveram índices abaixo de 73%, segundo levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da própria OMS.
Segundo o relato da arquiteta Letícia Soares, mãe de dois filhos, com 2 e 10 anos, os principais obstáculos para manter o calendário vacinal das crianças em dia são as dificuldades com tempo e disponibilidade dos imunizantes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Até 1 ano e seis meses, a criança toma várias vacinas quase que mensalmente. E eu busquei manter o calendário vacinal atualizado, mesmo durante a pandemia e com dificuldade para encontrar algumas vacinas. No entanto, algumas vacinas não estão disponíveis em todas as UBSs, outras só são ofertadas em dias específicos e isso dificulta a quem procura. Eu trabalho o dia todo, meu esposo também, meus filhos estudam, então, limitar o horário e a disponibilidade de vacinação dificulta aqueles que precisam tomar”, contou a arquiteta.
Ainda segundo a profissional de arquitetura, cumprir o esquema de vacinas é primordial para proteção de doenças mais comuns nos primeiros anos de vida, bem como, colabora para o combate de doenças que já estão erradicadas no Brasil. “Normalmente a criança em idade escolar adoece mais porque está mais suscetível aos vírus transmitidos por outras crianças. Então, a vacinação é fundamental para evitar doenças mais graves e até aquelas já erradicadas em nosso país”, disse Letícia.
A vacinação é um direito. O parágrafo 1º do artigo 14 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) afirma que é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
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